terça-feira, 8 de setembro de 2009

minha velhice

Em 1991 fui convocado pelo banco para fazer parte numa auditoria junto ao INPS. Fiquei trabalhando quatro meses, o tempo que durou o serviço. Em 2003 fui acometido de mal na vesícula . Fui levado às pressas para o Hospital Monte Sinai. Os médicos constataram que era preciso uma intervenção cirúrgica com urgência, o que foi feito de um dia para o outro, dia 04 de julho de 2003. Tentaram fazer a operação com LASER, porém o mal já estava adiantado que não foi possível e tiveram que cortar. Durante a operação a vesícula estuporou, e, segundo os médicos, deu um trabalhão imenso. Uma cirurgia programada para 45 minutos demorou quase 3 horas. Durante a limpeza o fígado foi atingido e ficou lesado. Existia uma cirrose incubada que, com a operação, veio a se manifestar. Se não fosse o problema da vesícula e a lesão no fígado, ainda poderia viver com essa cirrose por um bom tempo. Depois dessa operação de vesícula a inflamação do fígado foi se agravando cada vez mais. A barriga d’água foi aumentando que era preciso tirar de vez em quando. Era um incômodo insuportável. A primeira vez que tirei água foi mais ou menos uns 9 litros, um balde de 10 litros quase cheio. No mês de setembro, já bem debilitado e tomando muito remédio, estava pesando 45 quilos. A médica que me assistia, Dra. Helena Maria Giordano, que para mim foi uma verdadeira mãe, havia comentado que a minha mulher que se eu não conseguisse fazer o transplante, eu não passaria do fim do ano. A Dra. Helena foi quem tomou a iniciativa de entrar em contato com o Hospital das Clínicas em Belo Horizonte. Ela me encaminhou para começar os exames e entrar na fila a espera do órgão. Durante essa preparação fui gentilmente atendido pelo Dr. Luiz Fernando Veloso, na capital, recém chegado da França, onde foi fazer curso de especialização em transplante. Eu sentia uma coceira no corpo que não me deixava dormir. Meus filhos ficavam se revezando me coçando o corpo com uma toalha. À noite é que a coceira se agravava mais. O cansaço é que me fazia dormir. Em Belo Horizonte o médico me dava o pedido de exames e eu voltava para Juiz de Fora, fazia os exames e tão logo estavam prontos retornava à capital, isso tudo com urgência. Graças aos meus filhos e meu irmão caçula, o Augusto, que faziam essas viagens comigo, ou melhor, é que me levavam. No dia 12 de outubro de 2003, dia de N.S. Aparecida, recebemos uma ligação telefônica em Juiz de Fora, por volta de 0:30 horas. Era de Belo Horizonte, era o Dr. Eduardo Garcia Vilela, do Hospital das Clínicas. Disse para que estivesse no hospital até às 6 horas, com pena de perder um órgão que estava à minha espera.Que se eu não Chegasse a tempo perderia o órgão.Não esperamos mais nada, fui de pijama mesmo. Chovia muito de madrugada, mas fomos devagar por causa da visibilidade ruim. Fui abraçado à imagem de N.S. Aparecida durante toda a viagem. Quando chegamos a elo Horizonte, por volta de 05:00 horas, fui amparado do carro até à enfermaria do hospital, pois não agüentava andar. Fui todo depilado e me passaram álcool iodado no corpo todo. Me puseram uma camisola e me levaram para a sala de cirurgia. Quando estava deitado na mesa, olhei ao meu redor e vi uma porção de médicos reunidos. Quando estava sendo anestesiado senti firmeza ao ver um dos médicos tirar a máscara do rosto, pegar não minha mão e com aquela cara de menino me desejar felicidades. Era o Dr. Luiz Fernando, o que me operou.Quando acordei estava no CTI, onde fiquei por mais 2 dias. Depois fui para um quarto onde permaneci mais 8 dias em observação. Graças a Deus correu tudo bem. Quando tive alta do hospital fui para um apartamento de um primo do meu genro, que fica no Bairro Luxemburgo, onde fiquei, com a Terezinha, por 40 dias. Os médicos me aconselharam a ficar uns dias em Belo Horizonte para que fosse feito um acompanhamento mais de perto. Durante o tempo em que estive em Belo Horizonte, recebia muitas visitas. Já bem recuperado e disposto, regressei a Juiz de Fora em 30.11.2003. Minha alimentação era controlada e continuei fazendo acompanhamento médico em Belo Horizonte com o Dr. Luiz Fernando e depois passei para o Dr. Eduardo Vilela, que é Derma-hepatologista e, também, faz parte da equipe médica que me operou. No início ia à consulta de 30 em 30 dias durante uns 2 anos, depois foi aumentando os intervalos e hoje vou de 4 em 4 meses. Depois desse transplante me acusou um problema renal, o que é controlado pelo Dr. Marcos Gomes Bastos, Nefrologista e Urologista, no NIEPEN, Núcleo interdisciplinar de Estudos e Pesquisas em Nefrologia da UFJF., localizado no Bairro São Pedro, em Juiz de Fora. Hoje levo minha vida sob controle e sempre apoiado pela minha mulher Terezinha, que não é uma esposa, é uma Santa. Minha família, minha esposa, meus filhos, meus netos, enfim, todos são saudáveis e somos bastante unidos. Gosto de participar de eventos religiosos e outros quando sou convidado como esse de Inclusão Digital. O que é mais gratificante é conviver com a simpatia das instrutoras, e colegas participantes, além dos conhecimentos adquiridos. Espero ser agraciado com o convite para participar de outros eventos como esse.


Abraços,

DEVANTUHYR ANTONIO CLEMENTE

2 comentários:

  1. Sr. Devan, parabéns pelo blog! Gostei mto de ler suas histórias!

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  2. Estou impressionada com a sua história!!! Com tantas superações, e o Sr sempre com o sorriso no rosto e a simpatia de sempre!!!
    Obrigada por fazer parte de nossa turma!
    Abraços

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